Por José Maria Tomazela – SOROCABA via Estadão
Nos primeiros sete meses do ano, 337 médicos abandonaram o programa, média de 1,6 por dia; desde que foi lançado, em 2013, e em todo o ano passado, 361 profissionais desistiram, média de 0,75/ dia. Não houve aumento correspondente de contratados.
O programa Mais Médicos do governo federal completa dois anos de funcionamento efetivo na quarta-feira enfrentando um aumento no número de desistências. Nos primeiros sete meses do ano, 337 médicos abandonaram o programa, segundo o Ministério da Saúde, média de 1,6 por dia. Desde que o programa foi lançado, em 2013, e em todo o ano passado, 361 médicos deixaram o programa – média de 0,75 por dia.
Os números não incluem a saída de 76 médicos cubanos em todo o período, o que eleva o total de evasão para 774 profissionais. De acordo com o Ministério, os desistentes representam uma parcela pequena, ante 18,2 mil médicos que permanecem no programa, dos quais 11,4 mil cubanos. A maioria dos que saíram já teve as vagas ocupadas por outros profissionais convocados pelo governo.
De acordo com amigos de Alejandro, ele teria reclamado das condições no Brasil, já que o acordo com Cuba não permite a vinda de filhos dos profissionais. Ele também teria feito referência à retomada das relações diplomáticas entre seu país e os Estados Unidos, o que tornaria a América do Norte mais interessante para os cubanos.
A prefeitura registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e entrou em contato com a coordenação do programa em São Paulo. No município, há mais cinco profissionais do Mais Médicos, mas a prefeitura vai pedir a reposição dos desistentes. Os dois médicos eram considerados competentes e tinham agradado à população. O Ministério informou que, após receber a informação da prefeitura, os médicos serão notificados para retomar as atividades em 48 horas ou justificar a ausência, caso contrário, serão desligados.
Reposição
O crescimento na desistência levou o governo brasileiro a realizar com mais frequência a reposição dos que saem. A primeira chamada para reposição, desde que o programa começou, foi feita em janeiro. Uma nova recolocação de médicos aconteceu em julho. A partir de agora, serão feitas reposições trimestrais – a próxima está marcada para outubro.
No caso dos brasileiros ou intercambistas individuais, a reposição é feita por meio de convocação por edital. Já as vagas dos cubanos são repostas por meio do convênio com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas). Nesse caso, basta o Ministério notificar a Opas para que seja enviado outro cubano para o lugar do desistente.
A saída de cubanos é mais rara: em Sorocaba, por exemplo, entre os 36 médicos de Cuba que se apresentaram à prefeitura, não houve uma desistência sequer. A cidade tem outros dois médicos, um brasileiro e um italiano, que também permaneceram no programa.
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