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Imunização Brasileira: Taxa de Cobertura Vacinal caiu 11,8% em 2020, aponta levantamento.

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Imunização Brasileira: Taxa de Cobertura Vacinal caiu 11,8% em 2020, aponta levantamento.

by hinh
10/03/2021

Por: Cultura UOL

Em entrevista ao site da TV Cultura, ex-diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações destaca a importância da população se vacinar anualmente


Um levantamento realizado pela Heads In Health, empresa focada em análise de dados da saúde, aponta que durante a pandemia da Covid-19, a taxa de imunização no ano passado teve uma queda de 11,8%. Em 2019, era de 73,4% e em 2020 caiu para 64,8%.

A pesquisa ainda aponta que em 2019, os brasileiros com mais de 60 anos vacinados contra a Influenza (gripe) representavam 45% dos imunizados. Já no ano passado, essa parcela caiu para 15%.

Segundo o Programa Nacional de Imunização (PNI), a taxa ideal de vacinação varia entre 90% 95%, dependendo do imunizante.

Em entrevista ao site da TV CulturaGuido Carlos Levi (79), médico infectologista, ex-diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), autor, co-autor, editor e contribuinte de numerosas publicações científicas, alertou que o baixo índice de vacinação no país eleva o risco do retorno de doenças por descuido da população.

Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM)
Dr. Guido Carlos Levi

“O que temos divulgado como Sociedade Brasileira de Imunizações é que as pessoas não devem se descuidar de sua vacinação rotineira durante a pandemia, porque isso pode trazer diversos prejuízos”, destaca Levi.

Em 2013, o médico infectologista lançou seu livro “Recusa de vacinas: Causas e consequências”, no qual ele utiliza fatos históricos, análises científicas e dados estatísticos para abordar a recusa em se vacinar e o que isso pode causar para a sociedade.

Ele defende que “a vacinação não é um ato individual, ela oferece proteção individual, mas também comunitária, na qual você está ajudando o local em que pertence”, destaca.

Com o intuito de conscientizar sobre a importância da vacinação para a saúde de todos, o SBIM lançou a campanha #QuemVacinaNãoVacila. A ação foi apoiadapelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Disque SáudeSistema Único de Saúde (SUS), Ministério da SaúdeGoverno Federal e Webmeeting.

Como funcionam as vacinas?

O agente enfraquecido ou inativado é introduzido no organismo, fazendo com que as defesas do corpo humano entrem em ação e os anticorpos produzidos protejam o indivíduo contra a doença.

O sistema imune também tem a capacidade de se lembrar das ameaças já combatidas, por isso, sempre que os mesmos agentes infecciosos entram em contato com nosso organismo, o processo de proteção é reativado. Em alguns casos, a memória imunológica é tão eficiente que não deixa uma doença ocorrer mais de uma vez na mesma pessoa, como é o caso do sarampo e da catapora (varicela).

Quanto mais pessoas são vacinadas, menor é a circulação de vírus e bactérias entre a população, logo, menos habitantes adoecem.

Segurança e eficácia

A maioria das vacinas protege cerca de 90% a 100% da população. O pequeno percentual de não protegidos se deve a muitos fatores, entre eles, o tipo de vacina ou o organismo da pessoa vacinada que não produziu a resposta imunológica adequada.

Quanto à segurança, ou seja, a garantia de que não vai causar dano à saúde, é importante ressaltar que toda vacina, para ser licenciada no país, passa por um rigoroso processo de avaliação realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com levantamento da Heads In Health, se comparado com o mesmo período de 2019, uma das vacinas que apresentaram menos aderência no Brasil durante o ano passado foi a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, com uma queda de 32,9%.

Indicada para os recém-nascidos ainda na maternidade, a BCG, que previne contra tuberculose, e a vacina contra hepatite B também tiveram queda de 34,7% e 36,7%, respectivamente.

Divulgação/Heads in Health

Covid-19

Vacinado dia 2 de fevereiro, Levi tomará a segunda dose do imunizante contra a Covid-19 na próxima terça-feira (2). Questionado sobre como se sentiu após a imunização, o infectologista relata que não sentiu nenhum efeito colateral e diz que “a pessoa vacinada pode dormir mais tranquila por ter menos risco de pegar a doença, mas é preciso manter após a vacinação todos os cuidados que já se tinha antes, com uso de máscara, distanciamento social e lavagem de mãos”.

Em relação a vacinação que está ocorrendo nacionalmente, ele afirmou que “está muito abaixo do desejável, em vários lugares já havia toda uma escala para vacinar [a população] e por falta de vacinas, como ocorreu no Rio de Janeiro, foi cancelada. Eu acho isso muito triste, interromper a campanha por falta de vacinas, espero que no segundo semestre essa situação melhore”.

O Rio de Janeiro foi uma das capitais brasileiras a anunciar a interrupção do plano de vacinação por falta de doses. O anúncio foi realizado pelo prefeito Eduardo Paes no dia 15 de fevereiro.  A capital Fluminese retomou a imunização de idosos contra a Covid-19 nesta quinta-feira (25).



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